domingo, 10 de abril de 2016

O maior legado da Copa

O maior legado da Copa 

Nos últimos anos o Brasil tem passado por transformações antes nunca vistas, e em curto espaço de tempo. O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC vem acelerando ações e investindo dinheiro nas mais diferentes áreas.  

Uma verdadeira faxina e maquiagem vêm acontecendo para receber as visitas que avisaram sua chegada de ultima hora. Reformas de adequação e ampliação em aeroportos se tornaram necessárias. Acessibilidade e facilidades de deslocamento em grandes centros, ampliando e investindo no transporte publico dos centros urbanos. 

Alguns apagões motivados por excesso de demanda, falhas no fornecimento e stress no sistema de distribuição, deixaram diversas cidades e estados às escuras. E agora todas as obras, novas e recentes, para receber os convidados possuem sistema de ar condicionado. Rodoviárias, aeroportos, estações de transferências nas vias urbanas e metrôs são as obras de responsabilidade do setor publico. Shoppings, lojas e restaurantes, obras de responsabilidade do setor privado, aliado a grande oferta de imóveis novos. A acessibilidade climática para povos de zonas frias e temperadas, para que não sintam diferenças ou desconfortos na zona tropical. 

Cursos gratuitos de capacitação para taxistas, setores ligados à alimentação e gastronomia, bem como outras profissões ligadas ao turismo foram oferecidos pelo Sistema S. Jovens ofereceram-se como voluntários e foram cadastrados e capacitados para fazer o receptivo das delegações, turistas e torcedores.

O esporte tido como preferência nacional tem mudado sua performance, reformando estádios e buscando um melhor desempenho no quesito conforto do torcedor. O país não tem mais estádios de futebol, agora possui Arenas, que a princípio são locais onde poderão ser realizadas partidas de futebol. Esta é a expectativa para a Copa do Mundo 2014 a ser realizada em território brasileiro. Depois da Copa deverão vir novas finalidades, e novas responsabilidades sobre os espaços de arenas. 
O país se prepara para receber visitas, turistas de todo o mundo aproveitarão as partidas de futebol para conhecer, visitar e revisitar o país. Um grande movimento interno também deverá acontecer com migrações internas entre cidades sedes dos jogos. Estruturas e infraestruturas serão colocadas à prova. O uso intenso de corredores rodoviários e aéreos poderão definir novas necessidades de transporte de passageiros como o ferroviário e o marítimo, tal como acontece na Europa. O MERCOSUL poderá perceber novas necessidades econômicas e viárias. 

Uma novela foi produzida mostrando belezas naturais e reservas minerais, já foi exibida no Brasil e deve estar circulando o mundo pelas TVs e computadores via internet. A novela criou uma cidade fictícia juntando paisagens próximas ao ponto de grande importância na ultima Grande Guerra.
Um movimento ocupou os espaços públicos do mundo depois da virada do século. Estudantes brasileiros foram às ruas pedindo melhorias no transporte e na educação, sem um bom transporte não se chega a universidade. Por outro lado parcerias estaduais e federais formaram frotas de veículos escolares facilitando o acesso escolar. 

Jovens organizam-se pela internet para promover encontros e manifestações mostrando que estão em dia com a tecnologia e a mobilização. Alguns destes encontros estão preocupando administrações shoppings que vem nisto ações de furtos e arrastões. 

A política esta em crise colocando os poderes executivos e legislativos contra a parede para que tomem atitudes em defesa do cidadão, do contribuinte e do eleitor que prometem uma revanche nas urnas. E o efeito facebook tem tido mais efeito que a satisfação de sediar uma Copa do Mundo. O povo começa a entender que pão e circo é o mesmo que cesta básica e futebol.

O maior legado da Copa não devera ser as facilidades e mobilidades urbanas, promovidas e realizadas em função da Copa 2014. Mas uma nova visão de mundo e de comportamento. Um exercício de cidadania que estrangeiros deverão deixar aos brasileiros quando aqui desembarcarem, exigirem e defenderem os seus direitos garantidos por acordos internacionais. E aqui exibirem seus deveres de cidadania de um mundo mais antigo, mais respeitado, mais civilizado e mais organizado. 

Entre Natal e Parnamirim/RN ─  17/12/2013  

Texto escrito para:  O Mossoroense     
Publicado em 19/12/2013
O Mossoroense
Mossoró/RN

Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento 
Palabras Clave: gestión; la calidad; el conocimiento 
Key Words: management; quality;  knowledge   
Roberto Cardoso (Maracajá)  ESTRATEGISTA  

O ano que o mundo acabou

O ano que o mundo acabou

Profecias, a Civilização Maia, o Hercóbulos previsto por Rabolu, o Nibiru. Um asteroide passando pela órbita terrestre, cruzando a trajetória da Terra no espaço. Fotos foram tiradas em diversos pontos da Terra, asteroides foram vistos, foram perdidos de vista durante décadas e depois reencontrados novamente. Ocorreu um boato que a NASA sabia da colisão da Terra com algo no espaço, mas ela não confirmava. Na internet, em 2012, ‘correu’ uma notícia, de um tsunami passando próximo ao Arquipélago de  Fernando de Noronha, no litoral nordestino brasileiro. Tremores de terra aconteceram no interior do RN e de MG. Seca no Nordeste e alagamento no Sul. Blackout em diversas regiões do país — tido como o enorme potencial hidrelétrico. A matriz energética do RN procura aumentar cada vez mais.
O século XX foi breve, durou de 1914 a 1991 e foi dividido entre duas Eras, a da Catástrofe e a de Ouro e depois desmoronou (Eric Hobsbawm, 1998). O século XXI, já começou e rápido demais. A Igreja Católica comemorou 50 anos (2012) do Concílio do Vaticano II, faz uma revisão do concílio, e propõe um movimento ecumênico. 
A linha do Equador dividiu o globo terrestre em hemisférios, o Norte e Sul. O Tratado de Tordesilhas (sec. XV) dividiu o mundo conhecido até aquele momento em duas metades, entre Portugal e Espanha. O meridiano de Greewitch (sec XIX) dividiu o mundo em leste e oeste. O mundo foi dividido politicamente em oriente e ocidente (sec. XX).  
Depois de todo esquadrinhado e mapeado por longitudes e latitudes, o mundo caminha para uma globalização, unificadora, generalizada. Cria condições e regras, normatiza produtos e procedimentos. Muda tudo, padroniza-se tudo, ISO, isto e aquilo — gerencia a qualidade com o ISO 9001-2008, conquistando mercados e melhorando as eficácias, tornando tudo e todos eficientes O mundo se prepara para receber qualquer um em qualquer lugar, seguindo a normatização do país hegemônico, a única superpotência que sobrou da guerra fria. 
Vivenciamos a queda do muro de Berlin, a Alemanha se unificou. O sistema de televisão transmitiu ao vivo, em 2001, o ataque às torres gêmeas, um símbolo capitalista no território americano — Word Trade Center. 2001 o ano conhecido como da odisseia no espaço, e foi do espaço aéreo que veio a tragédia. O mundo era dividido entre duas grandes potencias — USA e URSS. Agora apenas uma prevalece, padrões, regras e parâmetros seguem um norteamento americanizado.

O Brasil elegeu um presidente com eleições diretas, e o mesmo saiu por impeachment. Depois veio um representante da classe do povo, operário, e do partido dos trabalhadores. Mulheres assumiram governos municipais, estaduais e a presidência, ocuparam altas patentes na Marinha do Brasil.
Steve Jobs deixou seu legado, popularizou o uso dos computadores, quando tínhamos passando dos mil, mas ainda não havíamos passado dos dois mil. E não esperou pelo ano 2012, foi fazer sua computação nas nuvens (in cloud), Logo após o seu falecimento, suas fotos em capas de revistas lembraram as profecias apocalípticas, Steve Jobs envolto em nuvens, sentado nas nuvens. 

A internet quebrou a barreira das distancias, e aproximou as pessoas. O movimento Occupy iniciado em 2011, com a Primavera Árabe, o povo ocupou as ruas e praças do mundo. Os movimentos anti-homofobias e antirracismo. Grupos saíram em defesa dos palestinos. O mundo acabou mesmo, não é mais o mesmo. 

Só nos resta a acreditar que 2012 seria um código entendido e descrito pelos Maias: dois – zero - um - dois. Um código sequencial. Tal como uma aposta usando uma moeda, de cara ou coroa. Enquanto a moeda gira seria o ponto zero e quando ela para de girar o resultado é um ou dois, é cara ou coroa. È do povo ou do rei, dos governados ou dos governantes. O ponto da virada de Malcolm Gradwell, “Veja o mundo à sua volta... com um leve empurrãozinho, ele se desequilibra” (Kirkpatrick, 2011).
Tal como em um computador que a grandes velocidades opera com sim e não. A vida, o universo gira em torno do sim e do não, do claro e do escuro, do dia e da noite, do quente e do frio, da vida ou da morte, da existência e da não existência. Do visível e do invisível. Os opostos o yin e o yang. O positivo (+) e o negativo (-) da energia elétrica

O movimento circular dos astros e dos átomos, o círculo de ideias. Estamos longe de conhecer todos os agentes ocultos na Natureza. Ainda não conhecemos todas as propriedades da energia elétrica (Allan Kardec em O livro dos Espíritos).  Albert Einsten provou através de sua fórmula [E= mc2] que em se aumentando a velocidade e chegando próximo da velocidade da luz, diminui a massa de um corpo, tendendo a transformar-se em energia. A literatura de Fritjof Capra vem mudando o paradigma unindo, fazendo, um paralelo da física moderna e o misticismo oriental.

Caso a resposta seja esta [zero, um, dois], uma resposta ao enigma, ás previsões Maias. Continuamos com algumas dúvidas, as mesmas dúvidas: Em que ponto se está, ou estamos? Em que ponto está a civilização? Em que ponto está o planeta e em que ponto está o Universo, o nosso universo. Estaremos no um? No dois? Ou no zero?

E uma certeza continua. O mundo um dia vai acabar. Uma força, uma energia vai prevalecer, no físico ou no invisível. Para um indivíduo, para um grupo, para uma nação ou para uma sociedade. 


Roberto Cardoso (Maracajá) 
Cientista Social
Técnico em Meteorologia

Texto publicado em; O Mosssoroense
04/01/13
Mossoró/RN